domingo, 5 de abril de 2009

Pre(ten)ciosismos

No outro dia estava na conversa e ocorreu-me uma coisa muito interessante.
Quando as nossas mães eram pequenas, e já muito muito antes também, introduzir palavras estrangeiras no discurso era muito chique. Todos sabem como detesto que se faça isso, mas a verdade é que é muito giro ver as alterações que houve desde então. Na altura, a minha bisavó dizia à minha mãe "Oh Isabelinha, vai ali buscar-me o meu porte-monet". Quem leu Os Maias pode ver bem que isso também já era assim na altura: havia o bric a brac, o chic, tudo era dandy, as mobílias eram Luis XV ou algo assim. E nós deliciámo-nos e ler aquilo tudo e a achar um piadão.
Gosto de pensar no sentido das palavras, gosto de palavras acima de tudo, e gosto que se brinque com elas.
Uns anos valentes mais tarde toda a gente decidiu começar a introduzir assim de fininho umas palavras em inglês mas a verdade é que rapidamente ultrapassou aqueles conceitos que realmente não tinham tradução possível como offshore, outsourcing, marketing, leasing, o que quer que cada coisa destas signifique como os Gato Fedorento tão bem retrararm no sketch (olha outra) Lingua Portuguesing.
De repente os putos do liceu quando estão em situações embaraçosas começaram a dizer "awkward", ou "boring", ou mesmo frases inteiras ridículas e sem sentido uma vez que podiam perfeitamente dize-las em português.
Eis se não quando, embora a moda do inglês ainda não tenha desaparecido, reaparecem as palavras francesas. Tudo começou quando o Mário Lino disse que o aeroporto na margem sul "jamais!". De repente e em catapulta apareceram os putos todos vestidos e penteados à Tokio Hotel e que portanto são retrô mas ao mesmo tempo também são avant-garde. E chiques? Uh se são chic!!
Portanto devo concluir que as gerações e o futuro do mundo está perdido, mas a boa notícia é que isso é so a juventude portuguesa! Porque em inglês e em francês usam as suas próprias palavras e são tão orgulhosos que nunca as trocariam pelas de nações mais fracas (?). Em Espanha ninguém fala nem espanhol como deve ser por isso outras línguas também não confere. No resto do mundo o mesmo.
Também que raio de azar sermos uma das poucas línguas que têm praticamente todos os sons que existem em linguística!!
É mesmo uma merding, parece.

1 comentário:

  1. Lindo=)
    Diria uma mistura de pop indie com um retrô avant-garde! resumindo, um must=)

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