terça-feira, 28 de julho de 2009

Do avesso...

Tenho-me apercebido que ando a fugir àquele que é o propósito deste meu espaço. Deveria contar histórias. Histórias que começam por "Foi assim..." e que terminam em "...e foi assim". Porque as histórias, oralmente, contam-se assim.
Ando com um certo azar. Talvez seja só preguiça e um pouco de vergonha na cara que não me deixa escrever certas coisas, pelo menos. Algumas nem quero repetir em voz alta (tenho medo que passem a ser reais). Não fiquei no meu estágio. Era o meu sonho e não fiquei. Porque as 3 linguas e meia que falo não interessam. Devia ter ido para russo, talvez chinês.
Não é normal um adulto que estudou o que queria, que gosta de cultura, de aprender e que sabe para que é que tem vocação não fazer a mais pálida ideia do que quer ser quando for grande. O pior é que já sou grande.
E eu que só queria ser pequenina para sempre...
:)

terça-feira, 7 de julho de 2009

Teorias da conspiração?

Vocês devem saber como funciona o SNS em Portugal, certo? Eu cá, pelo menos, tenho passado horas infinitas com consequência desagradáveis nos centros de saúde.
No outro dia, tinha uma ferida de proporções gigantes no dedo polegar da mão direita que tinha fechado em falso fazendo com que o dedo parecesse do tamanho da minha cabeça. Acordei às 8h e fui acordar a minha mãe para ela me vestir porque nem isso conseguia fazer sozinha. Com muita dificuldade caminhei para o centro de saúde onde esperei umas parcas 6 horinhas por uma médica que me visse. Quando finalmente apareceu e eu lhe mostrei o dedo (com cara de choro, claro) expliquei que nem conseguia apertar o soutien sozinha pelo que agradecia muito se ela me desse drogas fortes para conseguir ir trabalhar. Ela respondeu: "Oh Inês, não acha que está a exagerar? De qualquer forma toda a gente sabe que o soutien se aperta à frente!!!". Toda a gente menos eu, pelos vistos. Disse que me dava um antibiótico mas só porque eu estava a pedir muito e que deixasse o Brufen que isso não fazia nada e que dali a uma semana fosse lá para me abrirem o dedo com uma agulha (!!!). Eu disse-lhe que sou alérgica à penicilina e fui-me embora. No dia seguinte quando acordei as minhas pernas tinham-se transformado num monte de bolhas vermelhas. Curiosa fui ler a posologia do antibiótico e descobri que tinha penicilina. Fui à farmácia explicar que a senhora me estava a tentar matar de choque anafilático mas não me ligaram. Fui a outra farmácia onde uma senhora muito simpática finalmente cuidou de mim.
Ora, esta semana voltei lá. Só queria que me passassem umas análises que tenho de fazer de dois em dois meses. Coisa simples. Só lá estive 2h30 porque era rápido. Mal entrei no consultório a médica perguntou o que era ao que respondi que eram as análises e se por favor não se importava de as passar. Ela viu o que o médico tinha pedido e disse: "Mas porque vem fazer estas análises? É por ser gorda?". (!!!!) Ao que eu disse "Não, é porque eu tenho um problema que é o seguinte....SOU DOENTE DA TIRÓIDE". Parece-me bastante lógico, não?
Basicamente o que acontece é que em Portugal ser doente e pobre não está com nada. Os médicos que não nos tentam matar tentam destruir a nossa auto-estima e saúde mental.

O que me alegra é saber que a nova geração de médicos é só boa gente que se preocupa:)
Além disso também são todos meus amigos;)
Se sobreviver até lá...lucky me;)