Gosto da sensação de encantamento viciante que se tem sempre que se experimenta alguma coisa pela primeira vez e se gosta muito.
Às vezes sonho que o tempo não passou e que continuo a passar férias loucas em Lisboa e apenas a disfrutar de uma inocência idiota que acha que aquele é o momento de viver e que realmente me faz feliz. Não é assim mas ainda bem, porque a minha vida tem agora uma ternura e uma quantidade de amor que não tinha então e que eu nem sabia importante.
Às vezes também sonho, mais acordada até do que a dormir, que a minha avó não morreu. Que nunca tive de juntar a um substantivo tao pequeno (mas de tão grande significado) tal verbo tão gigante quanto o vazio que me deixou. Não me digam que há a memoria. Não me digam nada. De que me serve tudo isso se não há um olhar e um amor tao incondiocional como este era. É. Não me digam nada porque nada há a dizer, a memória é gigante mas o vazio é incomportável.
Encontrei a cidade onde quero viver. A cidade perfeita e mais maravilhosa que existe. Ou para mim é, porque é a minha cidade.
Estou em crer que Barcelona, quando as pessoas estão a dormir, sai às suas próprias ruas para dançar e envolver-se na sua magia, para regozijar-se da sua beleza, da sua arte, do seu cheiro, da sua cor.
E bem pode fazê-lo.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
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